Estudo do texto é grande diferencial do concurseiro


JC Concursos - 21/02/2017 - Por Rafaela Freitas

Qual é o diferencial do concurseiro atual? Qual é o grande diferencial do concurseiro no estudo da língua portuguesa?
 
Saber tudo sobre gramática? Não! Com excelentes cursos e professores no mercado, aprender gramática já não é mais a grande pedra no sapato do aluno. O grande diferencial é saber ler, compreender e interpretar textos! Sim! É saber que tipo de texto a banca colocou na prova, qual gênero, qual a funcionalidade dele, além de saber colher informações e fazer inferências a partir do que leu. O estudo do texto é fundamental para o seu sucesso!
 
Antes de falarmos um pouco sobre Tipologia Textual, vejamos alguns conceitos:
 
1 – Texto: é um conjunto de palavras e frases encadeadas que têm a finalidade de transmitir uma mensagem a partir de sua interpretação.
 
2 – Contexto: muito importante! É a interligação das diversas frases que formam um texto. Cada uma delas é ligada à anterior e à posterior por uma relação semântica.
 
Se uma das frases é analisada isoladamente, fora de seu contexto original, poderá assumir significado diferente daquele inicial, por isso o contexto é tão importante. Precisamos sempre estar atentos ao contexto do enunciado da questão, ao que ela pede, e ao contexto do seu texto base.
 
3 – Compreensão de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto.
 
4 – Interpretação de texto: consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito.
 
Leitura 
Diante do já exposto, devo dizer aquilo que talvez você já saiba: a leitura é o meio mais eficaz para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler! A leitura precisa se tornar um hábito na vida de um concurseiro. Um candidato “antenado” com os acontecimentos atuais, conhecedor de textos literários, entendedor de charges e textos de humor chegará ao sucesso com mais facilidade (ou menos dificuldade, rsrs) do que aquele que lê pouco ou nada. E digo ler de verdade! Não passar os olhos! Ler é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, narrativo, instrucional, jornalístico ou persuasivo, possibilidades que se misturam e se tornam infinitas.
 
Tipos textuais 
No estudo do texto, eu sempre destaco quatro grandes grupos chamados TIPOS textuais: narrativo, argumentativo, expositivo e instrucional. Alguns autores gostam de separar o tipo narrativo em dois grupos, ficando narrativo e relato, mas eu entendo que isso confunde os alunos. Vou explicar melhor:
 
Tomem como exemplo uma fábula. Temos um texto narrativo, pois possui os elementos essenciais de uma narrativa (veremos quais são a seguir), certo? Ok. Porém, a história narrada é fictícia. Chamamos esse tipo textual, então, tão somente de NARRATIVO.
 
Agora vamos pensar em um relato de viagem. O autor faz uma narrativa completa com direito a todos os elementos essenciais de uma narração, não é mesmo? Possui tempo, espaço, enredo, personagens… muito bem. Agora, o autor narra uma história real, por isso chamamos de relato!
 
Mas, prestem atenção, o relato de viagem é um texto narrativo? Sim! Não seria errado afirmar isso! Estamos diante de um texto narrativo e também de um relato.
 
Complicado? Vamos a outros exemplos:
 
Uma notícia: relato? Sim! Narra um fato real. Mas seria errado afirmar que a notícia é um texto do tipo narrativo? Não, jamais!! Então, é um texto narrativo do tipo relato (narrativo/relato). Por isso manter apenas um tipo textual maior: narrativo.
 
Você acaba de ler um livro, um romance. Você leu que tipo de texto? Ainda que nos remeta a fatos históricos, se há enredo e personagens fictícios, não podemos chamar de relato. O Romance é um texto do tipo narrativo simplesmente.
 
E a descrição? Entra em que parte?
 
Descrever é fazer o que chamamos de representação verbal de um ser, coisa ou paisagem, através da indicação dos seus aspectos mais característicos. Quem descreve algo demonstra os aspectos mais singulares e salientes do que está sendo detalhado, fazendo com que o leitor ou ouvinte possa imaginar exatamente o que foi descrito. Diferentemente da narração, que faz uma história progredir através do tempo, a descrição faz interrupções na história, para apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar mais consistência ao texto. Por isso a descrição é muito importante para o tipo NARRATIVO e está comumente ligada a ele.
 
Descrição x Narração 
Esses dois tipos textuais misturam-se muito comumente em vários textos. Em um dado momento da narração de uma história, é preciso parar e descrever o ambiente, os personagens, as sensações para que a história possa ser visualizada na mente do leitor. Na leitura de um romance, não temos contato com a cena representada, como temos ao assistir a um filme ou a uma novela televisiva, o que temos na leitura é apenas a descrição que o autor faz do entorno do enredo, assim podemos visualizá-lo mentalmente. Quanto mais rica a descrição dentro de uma narração, mais rico será o texto! O grande Machado de Assis era mestre nisso, em sua prosa:
 
Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo em que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros.
 
O autor parou a sua narrativa para nos dar de presente essa descrição mais minuciosa do personagem. Como no exemplo dado, Machado nos chama a conhecer traços psicológicos descritos por ele sobre a baronesa.
 
A descrição também costuma aparecer em textos narrativos jornalísticos, como em notícias.
 
A maior diferença entre descrição e narração é o TEMPO. Na narração, temos o tempo como elemento da narrativa, podendo ser cronológico ou psicológico. Já na descrição, não existe passagem de tempo, descreve-se o elemento apenas em um determinado momento.
 
Divisão dos gêneros
As características dominantes de cada gênero os colocam em um grupo de textos (tipo) e não em outro. Por exemplo:
 
– TIPO narrativo: todos os textos que estão neste grupo possuem os chamados elementos essenciais da narrativa: tempo, lugar, personagens, fato (enredo) e narrador em sua estrutura.
E o relato? Também possui os elementos da narrativa, mas relatam algo real, não fictício.
– TIPO argumentativo: os textos deste grupo se dedicam a convencer o interlocutor. Possuem, portanto, TESE (opinião) e ARGUMENTOS.
– TIPO expositivo: os textos aqui têm por objetivo falar sobre um determinado assunto, explicar, expor sobre algo.
– TIPO instrutivo: os textos deste tipo dedicam-se a levar o interlocutor a desenvolver uma dada atividade sozinho. São passadas instruções para que isso ocorra.
 
Vimos que cada gênero possui sua característica. Ok! Mas é importante destacar que não existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração. A bula de um remédio é dominantemente instrucional, mas tem uma parte dela que é expositiva. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gênero textual é a parte concreta, prática, enquanto a tipologia textual integra um campo mais teórico, mais formal.
 
“O gênero textual é uma noção propositalmente vaga para refletir os textos encontrados em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica” (MARCUSCHI, 2002, p. 40).
 
Rafaela Freitas é graduada em Letras pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), em 2008, pós-graduada em Ensino de Língua Portuguesa, pela mesma instituição, em 2009, é concursada na Secretaria de Educação do estado do Rio de Janeiro e no estado de Minas Gerais. 






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